Recorrentemente incluindo ecos na imprensa como essa matéria do Diário de Pernambuco (veja aqui) vem um questionamento em tom de lamentação sobre a divisão de cotas de TV no Brasil, invariavelmente, eles esquecem todo o resto do mundo para se concentrarem apenas no modelo Inglês da Premier League.
Pois bem, como é costume de quem chora, apresentam-se apenas números que interessam e esquecem de outros fatos importantes para avaliação dos contextos.
A primeira pergunta é porque na Inglaterra é assim? Essa pergunta nunca é abordada, o comum é usar argumentos de igualdade para justificar como se os ingleses tivessem chegado a esse modelo por terem um senso de justiça apurado. Isso até mais claro está quando o jornalista clama pela "intervenção do estado brasileiro". Ora isso tem mais a ver com ideologia de classes e conceitos socialistas do que com futebol.
Vamos ser mais realistas, lá o modelo funciona assim por conveniência deles e que não necessariamente é o melhor modelo do mundo, tanto que não é amplamente aplicado.
Porque não adotar o modelo da NBA americana, ou da NFL, ligas de sucesso espetacular no esporte. O anúncio comercial na NFL é o mais alto do mundo, as cotas seguem uma ideia parecida com a da Liga Inglesa, porém não há rebaixamento, nem acesso.
Voltando ao modelo ingles, outra coisa sempre não abordada é a distribuição das torcidas, vejam o quadro abaixo, a pesquisa é de 2004, mas certamente é impossível que tenha tido grandes modificações:
Não existe na Inglaterra supremacia de torcidas como existe no Brasil. Lá apenas dois clubes tem um alto grau de penetração nacional, o Manchester United e o Liverpool.
Falar em TV Aberta ditando formação de torcidas é uma balela sem tamanho, pegando o exemplo de Pernambuco mesmo, há mais de 10 anos a TV de Petrolina que é retransmitida para quase todo o sertão de Pernambuco só passa jogos de times pernambucanos e nem assim o quadro no interior de distribuição de torcidas sofreu grandes alterações. Em época de TV a Cabo e antena parabólica, cada um assite o que quer, se programa de TV tivesse essa força toda, mais da metade da população brasileira seria espírita e a outra metade seria gay por assistirem as novelas da Globo.
Outro dado importante nunca citado é que a receita de TV do Manchester United representa apenas cerca de 23% da sua arrecadação total enquanto no Brasil a cota de TV ainda responde por quase 50% da arrecadação de cada clube. Sendo portanto muito mais significativa.
Por fim o modelo ingles surge do próprio entendimento entre os clubes onde o Manchester entendeu que precisa do Everton para gerar suas receitas. E aqui de boa, alguém acha de fato que se os times de Pernambuco e alguns outros estados não participarem do campeonato brasileiro fará diferença para a TV e na cota que eles pagarão por transmissão dos times de São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul?
Porque os times do Nordeste não se unem, formam sua própria liga, negociam seu próprio contrato de TV com distribuição igualitária?
Futebol profissional é negócio, e os patrocinadores não estão nessa por bondade, ou voces provam para eles que de outro jeito é melhor ou se cala, basta de intervenção.
Comentários
Já estava achando o texto fraco e tendencioso, mas isso nem foi minha maior decepção...
Ver, lá embaixo, que você mora em Petrolina e falou umas besteiras dessas...aí sim...foi demais...
Espero que seja flamenguista/carioca, então esse egocentrismo exagerado estaria justificado...
Se for Pernambucano...Meus Deus...
Sem palavras...
Por último sim sou carioca, mas adianto que acho de uma tolice sem tamanho querer ater a questões geográficas a escolha de sua paixão.
E da próxima vez, meu caro Tiago Pontes de Lima Luna coloca lá teu nome nos comentários é bem mais honesto assim.